O filme Tropa de Elite 2 narra à continuação da história do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) que teve início no Tropa de Elite 1. Neste segundo filme da franquia temos algumas mudanças com os personagens e com a narração. Esta continuação se passa alguns anos após o término do primeiro e durante este tempo houveram algumas mudanças quanto a vida dos principais personagens. O Capitão Nascimento – protagonista do filme – se separa de sua esposa e sobe na hierarquia do BOPE, passando a ser Coronel. O soldado Matias vira então o Capitão do Batalhão e a esposa do Coronel Nascimento se casa novamente, agora com um professor de história que é a favor dos direitos humanos e tem uma rixa com o Coronel Nascimento.
Neste filme temos a problemática das milícias na cidade do Rio de Janeiro e a política é bastante abordada também, pois o Coronel Nascimento, após ser exonerado do BOPE devido a uma missão falha, vira subsecretário de segurança do Rio de Janeiro. Como o Nascimento passa a fazer parte de um órgão público consegue perceber como realmente funciona a política e tenta combater o crime organizado combatendo também o sistema, que segundo ele é falho e a causa os crimes que veem ocorrendo no Rio.
Em Tropa de Elite 2 o diretor José Padilha tem uma narração diferenciada se comparado ao primeiro. Neste conseguimos perceber que a questão política está muito mais problematizada e não temos a “matança” do primeiro.
O jornalismo também é bastante explorado no filme. Através da personagem Clara, vivida pela atriz Tainá Muller, o filme explora o campo jornalístico e ainda consegue polemizar em cima deste assunto. Esta personagem é uma jornalista que tem acesso a informações importantes referentes a relação das milícias com alguns políticos do Rio de Janeiro. E devido a pressão da própria profissão e também da carreira ela se arrisca a conseguir o furo a qualquer custo, arriscando sua vida e a de seu fotógrafo. Em alguns diálogos do filme conseguimos perceber questões bem delicadas para o jornalismo. Quando a jornalista Clara conversa com seu editor sobre a matéria das milícias e quando – após a morte da jornalista – o deputado Fraga também tem uma conversa com este editor sobre a mesma matéria por exemplo.
Ao final do filme o expectador pode sair do cinema bastante satisfeito, tanto com o filme quanto com o cinema brasileiro, e bastante revoltado com o atual cenário brasileiro. Pois, apesar do aviso de “Apesar de possíveis coincidências com a realidade, este filme é uma obra de ficção” que vemos no início do filme não conseguimos sair dele sem um pingo de revolta e por que não esperança com o Brasil.
*Resenha elaborada para o 3º Período da Faculdade Araguaia*
Revolta e esperança, com certeza.
ResponderExcluirTropa de Elite 2 surpreendeu geral né!
Isto aqui já é útil pro debate na faculdade, sobre o longa na relação com o campo jornalístico.