Desde a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) no ano passado o curso de jornalismo está em foco na maioria dos debates e congressos sobre tal profissão. Mas porque o STF tomou a decisão de “derrubar” o diploma de jornalismo e qual o real motivo de tanta “revolta” por parte dos estudantes e profissionais desta categoria?
Para o STF o diploma de jornalismo fere a constituição no artigo 5º, que deixa claro que é livre para qualquer cidadão a liberdade de expressão. Mas os ministros do STF não estariam confundindo liberdade de expressão com Liberdade de Imprensa? Também podemos perceber uma influência da história do jornalismo no mundo, onde no séc. XIX o jornalismo era totalmente opinativo e qualquer pessoa que tivesse condições financeiras poderia ter um jornal e escrever nele o quanto desejar, porém o jornalismo só adquiriu o caráter informativo e teve início a preocupação com a formação acadêmica do jornalista no final do séc. XIX, dando origem ao jornalismo que conhecemos hoje.
Eu como estudante de jornalismo me sinto um tanto assustado e tranquilo ao mesmo tempo. Assustado, pois penso que posso está jogando fora 4 anos de minha vida me tornando um profissional que não precisa da formação acadêmica em jornalismo para exercer a profissão escolhida. E me sinto tranquilo por que sei que o mercado de trabalho é exigente e apenas os mais competentes e qualificados conseguem garantir seu espaço independente da mídia escolhida para se trabalhar.
Em setembro de 2009 o Fórum de Professores de Jornalismo sobre a presidência do professor da UFG (Universidade Federal de Goiás) Edson Luís Spenthof enviou ao MEC uma proposta para o curso de jornalismo. Neste documento estão questões sobre o histórico do curso, a relação entre sociedade e mídia e uma proposta de diretrizes para a graduação, que discute assuntos como o ensino do jornalismo, a autonomia curricular do profissional e a identidade do curso.

Novamente afirmo que me sinto sim assustado devido a esta situação, mas cada vez me vejo mais tranquilo com este fato, pois sei que é uma forma de me cobrar e de me esforçar ainda mais para garantir meu espaço e o prestígio tão desejados no mercado de trabalho.